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Eu e o Dani gostamos muito de cachorros, e sentimos muita saudade da nossa, a Mila. Por isso, sempre que estamos em algum lugar que tenha cachorro, nos certificamos de que ele seja manso e já nos aproximamos para brincar. Muitos cachorros, no entanto, retribuem com sua lealdade eterna, e não saem mais de perto da gente, onde quer que a gente vá.

Isso acontece muito em campings. Fazemos um carinho, dividimos nossa comida e pronto, o cachorro fica com a gente até a hora em que vamos embora. Muitas vezes eles até acompanham o carro correndo ao lado por algum tempo, até que desistem e voltam para casa.  É de partir o nosso coração, em especial o do Dani.

Mas o problema mesmo não é a despedida, é o cachorro decidir que vai passar a noite inteira embaixo do seu carro, ou ao redor, porque ele geralmente não passa a noite em silêncio.

O último causo aconteceu quando estávamos na região de Cajon del Maipo, perto de Santiago, no Chile. Chegamos já bem tarde e estava começando a escurecer e ainda não tínhamos encontrado um lugar para passar a noite. Nós queríamos fazer camping selvagem, mas não vimos nenhum lugar bom, todos os possíveis lugares pareciam mais um aterro para descarte de lixo, de tanta sujeira que tinha. Estava começando a escurecer e ficamos com uma impressão muito esquisita do lugar, até que encontramos um camping que estava com a porteira aberta e resolvemos entrar.

Passamos pela região numa época de baixa temporada e era difícil encontrar um camping que estivesse funcionando. Quando começamos a subir a rampa para chegar à administração do camping, vimos um homem no meio do mato. Paramos para pegar informações do camping com ele, mas ele nos olhou de uma forma esquisita, não falou nada e entrou mais para dentro do mato. Muito estranho!

Continuamos subindo e fomos recebidos por dois filhotes de cachorro muito alegres e brincalhões, que fizeram uma grande festa com a nossa chegada. Enquanto acertávamos a nossa noite com o dono do camping, o Dani já estava correndo para lá e para cá com os cachorros.

Quando enfim paramos o nosso carro na área para camping, já estava de noite e bem escuro. Tratamos de abrir rapidamente a barraca e se abrigar do frio que estava começando. Comemos alguma coisa rapidinho, dividimos com os cachorros e começamos a nos preparar para dormir (ou era essa a intenção).

Conversando com o Cris sobre a situação esquisita de encontrar aquele homem andando pela propriedade do camping, o Cris me disse que viu que ele tinha um facão. Que? Como assim? Modo Tensão já ativado nesse momento.

O Cris não deu muita atenção para o assunto e logo apagamos a luz para dormir, e os dois filhotes ficaram deitados debaixo do carro. Na hora pensei que seria bom, pois qualquer barulho eles nos alertariam.

Menos de uma hora depois eles começaram a latir. Que susto! O que será que eles estavam escutando? Logo pensei no homem do mato e no seu facão. Fiquei quietinha tentando escutar alguma coisa, mas nada. Alguns minutos depois, eles latiram de novo. Abri a barraca e iluminei do lado de fora para tentar ver alguma coisa, mas não vi nada. Acho que essa nem era a melhor opção, viu. Já pensou estou abrindo a barraca e dou de cara com alguém em pé do lado de fora me encarando? Terror total! Só de pensar fico com medo de novo.

O fato é que os filhotes ficaram latindo em períodos intermitentes por umas 4 horas. E, embora o medo do homem do mato tenha passado (porque se ele estivesse mesmo do lado de fora já teria feito alguma coisa com aquele tempo todo), não dormimos quase nada aquela noite, porque os cachorrinhos fizeram muito barulho. De manhã eu estava um caco, e eles, todos contentes pulando em volta do carro e esperando que a gente descesse logo da barraca para brincar. Nem deu para ficar brava com eles.

Mas aprendemos a lição: se a vontade de brincar com os cachorros do camping for muito grande, sempre deixar para fazer amizade no dia seguinte, depois de já termos garantido uma boa noite de sono rs.

Natany Gomes

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