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Quando eu era criança, tinha muita alergia a picada de pernilongo. Uma simples picadinha virava um caroço enorme e vermelho. Quando levava mais picadas, então, elas se uniam em um grande inchaço, dava febre e muitas vezes era necessário entrar com medicamento para conter o efeito alérgico.

Com os anos fui melhorando e hoje já não sofro mais desse problema, mas continuo tensa quando vejo um pernilongo por perto. Acho que a minha mãe, sem querer, deve ter incutido esse pânico em mim pela sua preocupação em me proteger dos pernilongos (como eu faço com o Dani em outros assuntos rs).

É uma questão psicológica mesmo. O quarto pode estar lotado de pernilongos, mas se eu não vi, com certeza terei uma noite de sono tranquila. Agora se eu vi um pernilongo, mas não consegui matar e ele sumiu, ahhh adeus boa noite de sono. Às vezes eu até tento racionalizar e imaginar quantas picadas um único pernilongo conseguirá me dar antes de encher a barriga (e concluo que não são muitas), mas não tem jeito, eu vou dormir mal.

E a paranoia vale para o dia também. Se estou num lugar, por mais bonito que seja, e ele está lotado de pernilongos, não consigo aproveitar. Sempre penso que algum deles vai chegar por trás, onde não consigo ver, e me picar.

Desde que começamos a viagem, tive que encarar essa questão quase que diariamente. Geralmente os campings são em áreas verdes e com muitas árvores, com o propósito de proteger o campista do sol, do vento e até mesmo da chuva caindo diretamente na barraca. E onde tem mato, quase sempre tem pernilongo. Os primeiros dias foram muito tensos, tinha dificuldade até para tomar banho, pois os banheiros eram lotados e os pernilongos, muito agressivos. Com o tempo essa relação foi melhorando e hoje já não me sinto tão ameaçada por eles. Acho até que quando chego nos lugares, já não sou atacada diretamente como era antes. Parece que meu sangue já não é mais novidade rs! Consigo passar o dia em um lugar bonito, mesmo sabendo que está cheio de pernilongos, e curtir sem ser picada. Que vitória!

Mas quando chega a hora de dormir não tem conversa, só consigo apagar a luz depois que não vejo mais nenhum pernilongo na barraca. Geralmente abrimos a barraca e já fechamos as telas de mosquiteiro, para não ficar entrando nenhum pernilongo ou mosquitinho. Mas como ficamos entrando e saindo algumas vezes antes de dormir, nesse momento em que abrimos a tela, sempre entra algum pernilongo.

O Dani é tão determinado quanto eu para matar (e tem desenvolvido um excelente trabalho rs), já o Cris não enxerga um único pernilongo, o bicho passa voando pertinho dele e ele deixa escapar. No começo da noite nos divertimos localizando os pernilongos e matando, e tirando sarro do Cris porque não consegue pegar um rs. Agora se o tempo começa a passar e chega a hora de apagar as luzes para dormir e ainda tem pernilongo na barraca, a tensão já se instala rs.

Uma certa noite ficamos conversando com outras pessoas no camping e esquecemos de fechar o mosquiteiro. Quando fomos para a barraca tinha facilmente mais de 50 pernilongos lá dentro. Começamos a tarefa de exterminá-los, mas eles eram ágeis e se escondiam bem na barraca marrom. Na época estávamos com uma luz mais fraca dentro da barraca e era mais difícil localizá-los. Ficamos mais de uma hora matando pernilongo e, quando achamos que tínhamos concluído a tarefa com êxito, apareceu mais um, para logo em seguida sumir de novo.

Ficamos mais uma hora procurando esse pernilongo e nada. Batíamos na barraca, levantamos o colchão, cobertores e nada. Não o encontramos. Eu queria continuar procurando, o Dani já estava cansado e o Cris já tinha perdido a paciência comigo rs. Resultado: tive que me dar por vencida e dormir com aquele pernilongo na barraca. Fui dormir contrariada e não dormi bem. De manhã, a primeira coisa que fiz ao levantar foi procurar o pernilongo, e nem precisei procurar muito: ele estava paradinho num ponto visível da barraca, de barriguinha bem cheia.  Eu dormi mal, mas a alegria dele não durou muito rs!

Natany Gomes

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