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Nunca tinha me imaginado nadando com lobos marinhos. São animais muito grandes e que não me passam muita segurança. Sempre preferi admirá-los em terra, onde eu sou mais rápida que eles para correr rsrs.

No entanto, quando fomos para Galápagos, essa ideia pareceu tão natural. Afinal eles estão em toda parte, especialmente na ilha de San Cristobal, que é quase impossível você estar dentro do mar e não ver um nadando por perto.

Depois de quase 10 dias convivendo harmoniosamente com esses animais e os vendo nadar sem se preocupar com a presença de humanos, acabei baixando a guarda e achando que não tinha realmente nenhum problema nadar no mesmo mar que eles. E, geralmente, não tem mesmo, mas nesse dia ...

Era o nosso penúltimo dia na ilha, na manhã seguinte íamos pegar o voo de volta para Quito. Fomos fazer uma caminhada despretenciosa até o Mirante Las Tijeretas quando, do alto, avistamos um lugar lindo onde várias pessoas estavam fazendo snorkel. Não pensamos muito e corremos para lá.

Ficava numa encosta de um rochedo, onde formava uma pequena praia de pedras cheia de lobos marinhos. Nosso acesso não era por lá, e sim por um píer a uns 100 metros de distância. Pensando bem sobre aquele dia, não me lembro de ter visto ninguém nadando tão próximo a praia de pedras como nós.

Entramos na água e já ficamos maravilhados. Milhares de peixes dos mais variados tipos e numa quantidade incrível, tartarugas gigantes que passeavam sossegadamente pelo lugar, pelicanos e piqueros de patas azuis pescando pertinho da gente. Era legal estar com a cabeça na água e ver esses pássaros mergulhando com tudo e saindo com um peixe no bico ou no papo.

Fizemos snorkel por bastante tempo longe da praia dos lobos marinhos e eles, eventualmente, vinham nadar próximos de onde estávamos. Mas, quando o Dani cansou de fazer snorkel e decidiu ficar do lado de fora nos esperando, eu e o Cris achamos que seria uma boa ideia dar uma nadadinha mais perto de onde estavam os lobos marinhos, e lá fomos nós.

Com a cabeça dentro da água muitas vezes perdemos a noção da distância, e quando dei por mim e levantei a cabeça para olhar fora da água, estávamos mais perto da praia do que eu gostaria. O Cris, aliás, já estava bem mais para frente. Não gosto de ser eu a "estraga prazeres", porque depois fica parecendo que eu sou medrosa (o que, aliás, eu sou e muito rsrs), então acabei não falando para o Cris que estava com medo, pois a situação parecia sob controle.

Os lobos marinhos maiores nadavam muito próximos a nós sem parecer se importar com a nossa presença. Eles passavam quase raspando e dava aquele friozinho na boca do estômago no começo. Depois já estava me sentindo tranquila nadando tão pertinho e estava curtindo muito a experiência. Foi demais!!!

Quando já estávamos voltando em direção ao píer, um filhote de lobo marinho começou a nadar próximo a nós. O Cris estava com a Go Pro e se empolgou para tirar umas fotos dele, pois era tão bonitinho  e estava muito mais próximo do que os outros chegaram.

Foi aí que começou o meu desespero. O filhote começou a se comportar estranhamente e se importar demais com a nossa presença. Ele ficava nadando a nossa volta, passava por baixo de nós e todo o tempo olhando direto no olho. Muito intimidador! E o Cris continuava tirando fotos com a Go Pro.

Nesse momento percebemos que o bicho estava cismado com a Go Pro, ele começou a se aproximar da mão do Cris que estava com a câmera e avançar a cabeça como se fosse atacar a Go Pro. Ele se aproximou tanto, que não ficou nem a 30 centímetros de distância. O Cris pensou que ele ia roubar a câmera rsrsrs. Eu já fui mais longe, pensei que ele ia nos dar uma rabada tão forte que íamos desmaiar e morrer afogados (só um pouquinho dramática rsrsrs).

Na hora, para tentar despistar o filhote de lobo marinho, falei para o Cris para nadarmos até um grupo de pessoas que estava dentro da água conversando. Eram umas 5 ou 6 pessoas e nos juntamos a eles para ver se o filhote nos deixava, mas ele não foi embora. Nessa hora, bateu a dor de barriga. Se já não bastasse ter que ficar olhando para todos os lados para ver onde estava o lobo marinho, ainda tive que administrar uma dor de barriga em meio a minha tentativa de sobrevivência. Tenso rs.

Eu não sei de fato o que aquele filhote queria, se era apenas brincar com a Go Pro, se estava bravo ou irritado com o objeto, se achou que era um peixe como sugeriu o Dani rsrs, o fato é que ele não ia embora e tivemos que tomar uma decisão corajosa naquele momento: sair de perto do grupo e nadar em direção ao píer para sair da água o mais rápido possível. A distância era bem pequena (mas pareceu que eu ia cruzar o Canal da Mancha rsrs) e nadamos o mais rápido possível, embora tudo parecia passar em câmera lenta.

Fomos acompanhados pelo lobo marinho por todo trajeto até o píer, mas graças a Deus ele não nos atacou ou tentou roubar a Go Pro. Ia ser uma luta injusta tentar arrancá-la da boca do lobo marinho rsrsrs.

Ficamos uns 10 minutos fora da água para o coração desacelerar e a dor de barriga passar rs. Graças a Deus foi só um susto. Fiquei pensando na hora se o desespero seria maior se fosse um tubarão nos seguindo. Ai que medo, melhor nem pensar.

Depois de todo o ocorrido, ainda voltamos para a água, mas sem Go Pro e bem longe da praia. Nada mais de sustos por esse dia rs.

Natany Gomes

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