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Gostamos muito da nossa barraca e do conforto que ela nos trás, principalmente pelo fato de estar no alto. Não precisamos nos preocupar muito com umidade, com insetos e animais mexendo na barraca, e a montagem e desmontagem é infinitamente mais fácil e rápida do que a de uma barraca de chão.

Hoje, depois de 4 meses de estrada, preferimos passar a noite na nossa barraca do que em qualquer hostel ou hotel mais simples. Nela dormimos com nossos cobertores e travesseiros, sabemos que está limpo e mais ninguém dormiu por lá e é escurinho do jeito que gostamos. É o nosso espaço, o nosso pedacinho de casa.

A única desvantagem é o tamanho. Ela tem a medida de uma cama Queen Size e é apertado para três pessoas, especialmente quando uma das três é uma criança que quando dorme mais parece um polvo, de tantas pernas e braços que parecem se movimentar dentro da barraca rsrs.

Para tentar driblar esse problema, tentamos algumas logísticas diferentes na hora de dormir, até que encontramos uma que parecia perfeita: colocar o Dani para dormir nos nossos pés. E essa posição funcionou por bastante tempo.

O único problema que víamos era que o Dani ficava sempre muito encostado na lateral da barraca onde fica a escada para entrar e sair, e acabava pegando friagem. Já cair, nunca nos preocupou de verdade, pois fechávamos com zíper as duas telas até embaixo e de manhã levantávamos todos juntos.

Pensávamos que se alguém fosse cair, seria ao subir e descer a escada para entrar ou sair da barraca, e sempre falávamos para o Dani tomar muito cuidado, afinal a mais de 2 metros de altura é bem possível cair e quebrar alguma coisa.

Mas, é claro, não previmos todas as situações rs.

Um dia, quando ficamos hospedados na Universidade Peruana Union - UPEU, o Cris quis participar de um culto que acontecia antes do nascer do sol. Eu, como boa mãe que sou (e preguiçosa para acordar de madrugada rs), prontamente me ofereci para ficar dormindo com o Dani, pois era muito cedo para ele.

Por volta de umas 5hs da manhã, o Cris levantou e quis sair da barraca. Ao invés de tirar o Dani que estava dormindo no nosso pé e colocar no seu lugar (cabeçudo rsrs), tentou abrir a barraca só um pouquinho do seu lado e sair, mas como o espaço era pequeno e estava muito escuro ainda, ele se desequilibrou na escada e caiu, abrindo mais a barraca. Nessa hora, o Dani escapou por essa abertura e caiu de cabeça lá embaixo.

Acordei com o barulho do velcro da barraca abrindo e levantei no susto achando que alguém estava levando o Dani embora. Nunca imaginei que ele tinha caído. A gente sempre falava para ele que se durante a noite alguém tentasse roubá-lo, era para gritar, e no fundo esse era o nosso maior medo, não de queda.

Quando olhei para fora da barraca, ainda sonolenta, vi o Cris caído para um lado e o Dani  caído para o outro, com a cabeça no chão e as pernas penduradas na escada e chorando. Na hora, perguntei se tinha quebrado alguma coisa, peguei ele na escada e coloquei de volta na barraca e, em menos de 5 minutos, ele estava dormindo de novo. Essa é a praticidade de uma mãe com sono rs. Depois que acordei de verdade fiquei pensando que não deveria ter deixado ele dormir por um tempo, pois tinha caído de uma boa altura e batido com a cabeça direto no chão.

Depois de colocar o Dani para dentro da barraca, desci para ver o Cris e tentar entender o que tinha acontecido, e o encontrei passando muito mal, pálido e com a pressão baixa do susto de ter caído e levado o Dani junto. Demorou para ele se recuperar. Na verdade, naquele dia tanto o Cris como o Dani passaram o dia bem mal: o Cris com uma dor forte no ombro e o Dani reclamando de dor de cabeça. Tadinhos dos meus meninos. Por sorte ninguém quebrou nada.

Depois desse dia tivemos que encontrar uma nova posição para dormir e agora o Dani fica no meio, com a cabeça para os nossos pés. Desse jeito é quase impossível cair da barraca quando alguém for sair. Mesmo assim, nunca se sabe, todo cuidado é pouco.

Natany Gomes

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