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Durante os 26 dias que viajamos pela Geórgia observamos um hábito curioso da população local na hora de colocar as suas roupas para secar.  Nas cidades maiores como Tbilisi e Batumi, onde existem muitos prédios residenciais, era absolutamente comum ver as roupas secando para o lado de fora da janela dos prédios.

A primeira vez que vimos tomamos um grande susto e achamos aquilo muito estranho e feio, porque no Brasil estamos acostumados que não se pode pendurar nada para o lado de fora do prédio para não comprometer a estética da fachada. Por lá, no entanto, estética é a última das preocupações, porque todo mundo pendura suas roupas para secar desse jeito. Em alguns apartamentos, inclusive, chegamos a ver suportes externos fixos, que mesmo sem roupa ficam para fora permanentemente.

Vimos também roupas penduradas a grandes alturas por um varal que ia de um prédio a outro, ou de um prédio até uma árvore. Sempre me perguntava como eles faziam para colocar e tirar aquela roupa dali, mas certo dia passando mais perto de um varal desses, vimos que eles instalam roldanas nas árvores (possivelmente entre os prédios também). Engenhoso!

Pensamos inicialmente que era um costume dos prédios mais antigos, provavelmente porque não dispunham de uma área interna para estender as roupas e porque a população georgiana em sua grande maioria não tem condições de comprar uma secadora de roupa, mas quando chegamos em Batumi descobrimos que na verdade essa é uma questão cultural mesmo.

Depois de quase um mês viajando pela Geórgia, estávamos com muita roupa para lavar, então resolvemos ficar num Airbnb em Batumi, que seria nossa última cidade antes de cruzar para a Turquia.

Batumi é uma cidade litorânea, às margens do mar Negro, com uma orla linda e moderna e que está em claro crescimento.  A quantidade de prédios em construção na extensão da orla e nas quadras próximas é enorme. O prédio que ficamos, por exemplo, ficava a uma quadra da praia e tinha acabado de ser construído, ainda estava em fase de finalização. E a nossa volta tinham 3 prédios sendo levantados. Todas essas novas construções tinham sacadas. O que ficamos era um apartamento bem espaçoso e com uma sacada enorme, que permitiria que as pessoas secassem suas roupas na área interna do seu apartamento sem problemas.

Quando chegamos no apartamento vimos a máquina de lavar roupa (sempre no banheiro aqui pela Europa), mas não vimos o suporte de chão ou varais na sacada para estender a roupa. A dona do nosso apartamento morava no apartamento da frente, e quando perguntamos sobre o suporte, ela rapidamente correu em seu apartamento e nos trouxe um, já o colocando em seu lugar: pendurado para o lado de fora do prédio. Na hora eu comecei a rir e comentei que aquele costume era estranho para nós que somos do Brasil, especialmente porque o apartamento tem espaço interno para secar a roupa. Ela não me entendeu muito bem e muito menos o motivo da minha surpresa. Assim que ela voltou para o seu apartamento, viramos o suporte para o lado de dentro da sacada e ficamos mais confortáveis assim rs.

Sempre que chegávamos ou saíamos do prédio, era inevitável olhar para cima e ver uma quantidade enorme de roupas secando. Pelo chão sempre tinha uma peça ou outra que tinha voado de algum varal. O prédio era novinho, mas a cabeça dos moradores não, possivelmente eles nem achavam aquela imagem feia.

Aliás, nesse prédio vimos outra coisa também inédita para nós: o elevador só subia mediante pagamento. Nós nunca tínhamos visto isso ou sequer ouvido falar! Existia uma caixa dentro do elevador e ele só subia se você depositasse uma moeda.  Não era uma moeda alta, mas o conceito que nos surpreendeu. De certa forma me parece justo que aqueles que moram nos primeiros andares e não usam o elevador paguem menos.

Me pareceu um conceito interessante para se aplicar no Brasil. No nosso caso, no entanto, o pagamento poderia ser exigido já no momento de chamar o elevador, assim evitaria que a pessoa chamasse todos os elevadores de uma vez sem necessidade. Com certeza reduziria muito o custo do condomínio e teríamos pessoas mais saudáveis (subindo e descendo as escadas do prédio).  

Natany Gomes

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