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Antes de começar a viagem, imaginávamos que receberíamos vários convites para ficar na casa de pessoas ao longo do caminho, principalmente pessoas da nossa igreja ou conhecidos que estão vivendo agora em outras partes do mundo.

Sempre nos consideramos boas visitas, que não gostam de dar trabalho ou abusar da hospitalidade alheia, e não seria diferente na estrada. Com certeza não iríamos abusar do nosso anfitrião e ficar um mês em sua casa rsrsrs. Mesmo assim, em cinco meses de viagem nenhum convite surgiu.

Nós reconhecemos nossa parcela de culpa nisso, somos muito envergonhados para pedir ajuda e quando se está numa viagem como essa, é necessário ter um pouquinho de cara de pau e ser direto mesmo, falando exatamente o que se quer ou precisa. Como minha mãe sempre me disse, “o não nós já temos”. Enfim, precisamos trabalhar um pouco melhor essa questão da cara de pau rs.

A verdade é que com o passar dos meses viajando e depois de receber algumas negativas ou nem receber resposta, paramos de desejar ficar na casa das pessoas e deixamos de fazer contatos para isso. Ficamos mais organizados para encontrar campings baratos e locais de camping livre e gratuito, além de tentar parcerias com hotéis em troca de hospedagem. E a vida seguia assim até que chegamos em Cartagena!

Marcamos um horário para conversar com o despachante que iria nos auxiliar no envio do nosso carro para a Europa para tirar todas as nossas dúvidas. No meio da conversa fizemos um desabafo, falando de como era caro se hospedar em Cartagena pela falta de um camping na cidade e, para a nossa surpresa, o despachante nos convidou para ficar em sua casa.

Como assim???? Ficamos sem reação, afinal não tivemos em nenhum momento a pretensão de receber um convite desses. O que fazer agora? Fomos pegos de surpresa. Não ia ser uma situação esquisita? Não sabíamos nada dele e sua família e o inverso também era verdadeiro. Mesmo assim, surgia o nosso primeiro convite, tão desejado por tanto tempo.

Agradecemos o convite e fomos embora depois de tratar vários outros assuntos sem dar nenhuma resposta, pensando que assim o assunto cairia no esquecimento. Mas, no final do dia, ele nos enviou uma mensagem perguntando se nós iríamos para a sua casa ou não. Uiiii, ele queria nos receber mesmo. Um convite genuíno assim não se deve recusar e lá fomos nós, totalmente no escuro.

Tínhamos entendido que poderíamos acampar no seu jardim, pois ele tinha um bom espaço lá, mas quando chegamos, ele e a esposa estavam terminando de arrumar uma suíte externa na edícula da casa para ficarmos. Nossa, ficamos muito felizes por sermos acolhidos assim e num momento que precisávamos muito achar um lugar.

Conversamos um pouco com ele e sua esposa, o Dani aproveitou para brincar com os cachorros da família e logo em seguida fomos para o nosso quarto. Estava tudo tão perfeito e nós estávamos muito felizes, mas, como diz o ditado, felicidade de pobre dura pouco. Eis que aconteceu o que não deveria acontecer: quebramos a tampa do vaso sanitário!

O engraçado é que na nossa casa não quebramos nem copo e na casa dos outros acontece algo assim. Lembro de uma vez que fomos visitar uns amigos que moram em Orlando e em uma semana conseguimos a façanha de trincar o braço do sofá, quebrar um copo dentro da lava-louças, o Dani vomitar todo o banheiro da família e derrubarmos a porta do guarda-roupas do quarto. OMG, o que acontece com a gente????

Eu acho que ficamos muito ansiosos para não fazer nada errado e isso acaba levando ao resultado contrário rs. Nesse dia eu nem dormi direito, fiquei tão chateada com o ocorrido. Nosso primeiro convite para ficar na casa de alguém e a gente retribui quebrando um objeto?

E aí, como resolver isso? Na hora pensei em colar com super bonder, mas já estávamos com tudo arrumado para o envio do carro e não tinha a menor ideia de onde ele estava. Outra alternativa era fugir na calada da noite, de fininho para ninguém perceber rs, mas essa opção também era inviável, pois no dia seguinte teríamos que encontrá-los para despachar o carro. Inventar uma história? Dizer que um dos cachorros quis usar o banheiro, subiu na tampa e a quebrou? Acho que eles não iam acreditar rsrs.

Não ia ter jeito, o certo era falar a verdade, por mais embaraçosa que seja. Combinamos que íamos passar no escritório para fazer o pagamento e aproveitaríamos para falar. Na minha cabeça, íamos estabelecer um diálogo amigável para quebrar o gelo e só depois tocar no assunto, mas o Cris já chegou se entregando, mal falou bom dia e já foi despejando a informação. Muito coxinha kkkkk.

Nosso anfitrião não quis nos cobrar o valor da tampa, para o nosso alívio. Mesmo assim, fomos embora com aquela sensação de que fizemos besteira, mesmo sem querer, e que ele nunca mais vai querer convidar outro viajante depois da gente. Com certeza seremos muito mais cuidadosos nas próximas oportunidades (sim, nós esperamos que elas surjam, mesmo depois desse post hehehe). Prometemos nos comportar!

Natany Gomes

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