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Quando você vive a maior parte da sua vida numa cidade grande e perigosa como São Paulo, sua tendência é ser mais desconfiada que o normal. E quando se tem uma mãe que fica assistindo esses programas sensacionalistas e te contando, então, até sua sombra é culpada de alguma coisa sem nem mesmo saber rs.

Sou realmente desconfiada, mas tento controlar essa tendência exercitando um pouquinho de bom senso (às vezes rs). São tantas histórias ruins que ouvimos por aí, que não custa tomar alguns cuidados para minimizar riscos.

Quando estivemos em Bariloche passamos por uma situação bem estranha e até o Cris achou que tinha caroço nesse angu. Num final de tarde fomos assistir ao por do sol de uma das praias públicas da região. Nessa praia tinham aqueles aparelhos de exercício para a terceira idade e o Dani é louco por eles, pensa que são brinquedos de criança. Sempre que estamos num parque que os tenha, precisamos separar um tempo para ele brincar.

Nesse dia tinha outra criança brincando e deixamos que ele fosse também, enquanto nos sentamos num banco mais para frente, de costas para os aparelhos e para o Dani, para assistir ao por do sol.
A cada 15-20 segundos olhava para trás para vê-lo e não estava curtindo muito o por do sol com ele fora do meu campo de visão. Para uma pessoa mal intencionada, menos de um minuto é tempo suficiente para levar uma criança embora. Confesso que não estava confortável com aquela situação.

Numa dessas olhadas, percebi um homem jovem próximo aos aparelhos onde estavam agora 3 crianças, incluindo o Dani. Nesse momento levantei do banco e fiquei em pé olhando o tempo todo na direção dos aparelhos e depois de um tempo tive a impressão de que o homem estava acompanhando a nova criança que tinha chegado. Nessa hora me senti um pouco mal, pensando que o tinha julgado indevidamente, afinal ele só estava ali para brincar com seu filho, sobrinho etc.

Mesmo assim continuei em pé olhando o nosso filho brincar, e alguma coisa não estava muito certa naquela cena. Foi quando o menino que eu pensei que fosse filho ou sobrinho do homem foi embora sozinho, e o homem continuou lá. Na hora resolvi chamar o Dani e dar uma aterrorizada rs. Não custa nada de tempos em tempos dar uma reforçada nas recomendações de segurança.

Dei meus milhões de conselhos sobre não falar com estranhos, sobre não ir com estranhos nem que eles ofereçam alguma coisa etc, etc etc. Terminei minhas recomendações dizendo para o Dani que se ali naquela praia qualquer estranho falasse com ele, que ele não deveria responder nada, que deveria vir correndo falar com a gente. É importante mencionar que em nenhum momento falei para ele sobre aquele homem que estava me deixando preocupada. Minhas recomendações foram gerais.

Depois dessa conversa fiquei um pouco mais tranquila e até me sentindo um pouco exagerada e comecei a tirar umas fotos com o Cris, aproveitando as luzes do final do dia, enquanto o Dani voltou para os aparelhos.

Não demorou 10 minutos para ele voltar correndo. Quando perguntei o que tinha acontecido, ele me falou em toda a sua ingenuidade: _Você não me falou para sair correndo e vir falar com você se alguém falasse comigo aqui? Então, foi o que eu fiz, aquele homem ali falou comigo. Olhei para a frente e agora o homem já estava sozinho em pé próximo aos aparelhos, não tinha mais nenhuma outra criança, o Dani tinha ficado sozinho um tempo lá com ele sem que percebéssemos. Na hora eu gelei, e perguntei o que o homem tinha falado, mas ele não soube me dizer porque era em espanhol.

Após o seu relato, ficamos olhando alguns segundos em direção ao homem, que foi embora imediatamente. Saímos de lá com uma sensação estranha, sem saber direito o que aconteceu, curiosos para saber o que o homem tinha falado para o Dani e com muito medo de que algo realmente ruim pudesse ter acontecido. O fato é que isso nos serviu de alerta para nunca tirarmos o olho do Dani, por mais seguro que pareça o lugar.

Natany Gomes

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