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Causos da Estrada

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Depois que visitamos Bariloche, partimos em direção ao nosso próximo destino: Puerto Varas. Logo depois da fronteira entre Argentina e Chile, percebi na estrada várias macieiras carregadas de maças.

Na hora me empolguei para pararmos e colhermos algumas maças diretamente do pé e todos compraram prontamente a ideia. Assim que avistei uma nova macieira, avisei o Cris, toda empolgada. O problema é que a estrada não tinha acostamento, apenas um espaço gramado bem inclinado, que numa emergência muitos usam como acostamento.

O Cris parou o carro nesse espaço e eu desci com o Dani e fui para a macieira, já com a cestinha na mão para colher minhas maças. Quando estávamos sacudindo a macieira, me dei conta que o Cris ainda não estava lá com a gente e olhei para o carro, bem a tempo de ver o problemão em que tínhamos nos metido.

O Cris tinha parado bem mais a frente da árvore e resolveu dar ré no carro para chegar mais perto de onde estávamos. O problema é que com a caçamba perdemos boa parte da visibilidade traseira e o trecho para onde ele deu ré era bem mais inclinado e o carro caiu ribanceira abaixo. Quando olhei, o carro estava a ponto de tombar, foi desesperador.

Eu e o Dani corremos para o carro para tentar ajudar. Eu queria que o Cris saísse do carro, porque ele ia virar a qualquer momento, mas ele disse que não conseguia sair e pediu para nos afastarmos.

Nessa hora um caminhão e uma caminhonete pararam do outro lado da pista e ficaram observando a cena. Eu levei o Dani para mais longe do carro e pedi para ele não olhar para trás, pois tinha certeza de que a próxima vez que olhasse o carro estaria capotado.

Nos ajoelhamos ali mesmo e o Dani, na sua sinceridade de coração, começou a orar e pedir para o Papai do Céu ajudar o papai a tirar o carro dali.  Quando abrimos os olhos, ainda de costas para o nosso carro, vi que o caminhão e a caminhonete estavam voltando para a estrada, então resolvi olhar para trás. O Cris tinha conseguido descer todo o carro até a vala mais funda e estava dirigindo por ela até achar a um ponto menos íngreme para voltar para a estrada. Nossa, que alívio!!! O Dani ficou todo contente e orgulhoso, dizendo: eu não te disse que Jesus ia ajudar o papai?

Quando enfim o Cris conseguiu voltar para pista corremos contentes para o carro, e o encontramos tremendo pelo susto (acho que nunca tinha visto o Cris tremer tanto como nessa viagem rs). Ele ainda não sabe como conseguiu descer o carro para a vala sem que ele virasse, pois foi tudo muito rápido.

Dependendo do estrago, teríamos que voltar para casa muito antes do programado, pelo menos para arrumar o carro, já que para o Chile ainda temos cobertura do nosso seguro. Ia ser um banho de água fria na viagem e a tentação de ficar em casa seria grande. 

Dirigimos muitos quilômetros em silêncio pensando no ocorrido (até o Dani inacreditavelmente ficou quieto). Em meu coração, estava grata a Deus por ter nos tirado daquela situação e tenho certeza de que o Cris estava mais ainda rs.

Ninguém falou mais nada sobre as maças, e fiquei muito tempo viajando com a cesta no colo e olhando para elas, que já não pareciam mais tão gostosas como antes. O pior é que quando fomos comê-las, estavam todas com bichos e foram deixadas para virar comida dos passarinhos. Todo esse sufoco por nada! 

Natany Gomes

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