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Como o sol se põe bem tarde no verão em Ushuaia, por volta das 21 horas, calculamos nosso trajeto e vimos que chegaríamos às 20:30hs, ainda com claridade. Nossa regra é não dirigir de noite, pois tudo fica mais complicado quando não se conhece o lugar por onde está passando e ainda precisa procurar um lugar para dormir.

Parecia que estava tudo sob controle, mas a verdade é que não estava. De fato, tudo deu errado nesse dia: 1) Viajamos o dia inteiro debaixo de chuva forte; 2) Pegamos muitos quilômetros de estrada de rípio que parecia ter sabão, de tão escorregadia; 3) Nosso GPS quebrou o cabo para carregar e ficou sem bateria; 4) Ficamos muito tempo sem internet e não conseguimos baixar o mapa do google; 5) Não conseguimos achar um lugar abrigado da chuva no caminho para fazermos comida e ficamos muitas horas com fome; 6) Esquecemos que íamos passar pela fronteira do Chile e estávamos com muitas frutas e verduras, que foram todas confiscadas; e por fim, 7) Não vimos uma barreira policial e o Cris acabou passando muito rápido e derrubando alguns cones (o que nos gerou uma bronca daquelas do policial).

No final do dia, nosso humor não estava dos melhores, mas tudo indicava que essa sucessão de situações chatas estava quase para acabar. A chuva passou bem próximo de Ushuaia, e só queríamos chegar logo no camping, tomar um banho quentinho e dormir.

Tínhamos o endereço de 5 campings, e pensamos que ia ser moleza escolher um. Só que não foi. Colocávamos o endereço no GPS do celular e quando chegávamos ao local, não existia nenhum camping. Fizemos isso para os cinco, e encontramos apenas um, que não dava para entrar de carro, apenas acampar com barraca de chão, e que nos cobraria 20 reais por banho (ao todo 60 reais só para tomar banho). Toda essa procura fez com que o sol fosse embora e escurecesse.

Desesperados, começamos a pesquisar preço de hostels, pousadas e hotéis. Mas, para a situação ser mais difícil ainda, chegamos em Ushuaia bem no carnaval, e o que não estava lotado, estava com um preço absurdo. Voltamos a estaca zero. Nesse momento, o Dani já estava muito irritado, querendo sair do carro e descansar na barraca, e somamos ao nosso stress uma criança choramingando na nossa orelha rs.

Nesse momento pedimos ajuda para os amigos Henrique e Sabrina do Terra Adentro, que já tinham passado por Ushuaia, e eles nos deram uma luz. Fomos ao parque Tierra del Fuego tentar acampar lá, pois dentro do parque tem áreas de camping. Nessa hora, já era próximo das 23 horas e quando chegamos no parque não tinha mais ninguém na guarita. Estava muito frio, ventando muito forte e não sabíamos se podia entrar no parque sem autorização. Já cansados e sem muitas alternativas, tomamos a decisão de armar nossa barraca na porta do parque e dormir ali mesmo. Oramos a Deus pedindo Seu cuidado e proteção e dormimos, sem banho, sem comer, sem nada.

De manhã quando acordamos, o sol já brilhava e diz o Cris que durante a noite ouviu passos em volta da barraca. Nessa região tem muita raposa e elas vem a procura de comida. Graças a Deus que eu e o Dani dormimos como pedra, eu ia ficar com muito medo se ouvisse algum barulho do lado de fora.

Descansados e com claridade, encontramos um excelente camping para ficar, o camping Rio Pipo, e desfrutamos de vários dias agradáveis em Ushuaia (merecidos, depois de todo esse stress rs). 

Natany Gomes

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