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Cajon del Maipo é uma região que fica a uma hora de Santiago, no Chile, e que ainda hoje é pouco conhecida. Quando pesquisamos na internet, não encontramos muitas informações, especialmente em português.

Na região de Cajon del Maipo é possível encontrar muitos campings, mas costumam ter um preço bem salgado, já que são mais do que apenas um lugar para dormir e tomar banho. São considerados, na verdade, complexos turísticos, com piscinas e tudo o mais. Nós fomos na baixa temporada e quase todos estavam fechado. O que encontramos aberto não tinha ninguém, somente a gente. O dono inicialmente queria nos cobrar 15 mil pesos por pessoa. Choramos muito e pagamos 12 mil pesos para os 3. Acredito que na alta temporada o preço acaba ficando fora de negociação, mas mesmo assim não custa tentar.


Existem passeios de Santiago para Cajon del Maipo que duram o dia todo. Embora cansativo, talvez seja até uma opção mais viável para não ter que acampar na região. Para nós não era o caso, pois em Santiago não tem campings, então tínhamos que achar alguma coisa na região mesmo.

O caminho até Cajon del Maipo já vale o passeio. São várias montanhas muitos altas e imponentes, com o rio serpenteando por elas. É uma região de minérios, e vimos que existem pelo menos duas mineradoras grandes na região. As estradas são muito movimentadas com os caminhões das mineradoras. Em alguns trechos da estrada e com o sol forte, é possível ver como as montanhas exibem muitas cores diferentes, parecendo muito com aquelas garrafinhas de areia que compramos no nordeste brasileiro, sabe? Muito lindo.

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Os passeios que são feitos na região são basicamente 3:

Visitar o Monumento Natural El Morado. Fica dentro de um parque e o valor da entrada é de 5.000 pesos. Uma vez dentro do parque, é necessário fazer uma caminhada para poder explorá-lo e o começo dela é bem puxado, porque é só de subida e totalmente descampado, sem nenhuma árvore ou sombra para proteger do sol. Dizem que vale muito a pena, apesar do esforço.

Já estivemos em Santiago duas vezes, e nas duas ocasiões o parque estava fechado. Confesso que dessa última vez fiquei bem chateada, pois queríamos muito fazer a caminhada. Não toda, pois parece que tem 9 km ida e 9 km volta. Queríamos ir até um lago que dizem que é bem bonito e mais fácil para fazer com o Dani. Não rolou, paciência.

O outro passeio é ir aos termas de águas quentinhas com sais e minerais, que eles chamam de baños, e existem 2: o baños Morales, que fica bem pertinho da entrada do Monumento Natural El Morado, e estava custando 5.000 pesos por pessoa na data que fomos, e o Baños Colina, que fica um pouco mais distante, sendo necessário subir literalmente a colina para chegar nele. Para esse baño a entrada custava 8.000 pesos e tinha validade de 24 horas. É possível acampar no local e as piscinas termais ficam disponíveis para o uso 24 horas por dia.

Não tínhamos intenção de ir a nenhum dos dois, pois tínhamos acabado de passar 3 dias num Termas em Pucón, mas quando descobrimos que custava 8.000 pesos para entrar e dava direito a acampar sem custo adicional, achamos que era mais vantagem ir para lá do que pagar um camping por 6.000 pesos e não ter as piscinas termais.

Chegamos já por volta das 17 hs e fomos direto para as piscinas. São 5 ao todo, cada uma com uma temperatura diferente. Achamos a que estava na temperatura que mais nos agradava e ficamos umas duas horas curtindo aquela água quentinha naquele visual lindo de montanha. As piscinas tem argila, mas não tive coragem de passar em mim, não, estava com um cheiro ruim rs.

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O tenso foi o que aconteceu depois das piscinas: não dava para não tomar banho, porque a água tinha muitos sais e ficamos com a pele esbranquiçada, e a água do banheiro era muito fria, parecia vinda de uma geleira. Foi difícil tomar banho, pois as mãos adormeciam de tão gelada a água. Foi um banho daquele jeito, só para tirar o excesso de sal.

Outro ponto negativo é que não tem lockers no banheiro para guardar as coisas, sendo necessário ficar com elas na beira das piscinas termais. No nosso caso bateu um vento forte e a necessaire acabou indo parar na piscina. Isso foi ruim. No mais, gostamos muito de ter ido para lá e o acampamento foi bem tranquilo, apesar de estar lotado com estudantes de Geologia que estavam passando 15 dias na região para estudar as pedras.

O terceiro passeio por Cajon del Maipo é o Embase El Yeso, que é um lindo lago azul formado em decorrência de uma represa feita na região, para abastecimento da cidade de Santiago. Sempre que líamos alguma coisa a respeito, todos falavam de como a estrada era terrível, de que sempre furava o pneu e como era difícil chegar lá. Ficamos um pouco preocupados, pois acabamos de trocar os pneus e não queríamos perder esse investimento, que foi bem alto.

Quando já estávamos a caminho, paramos num acostamento para fotografar uma paisagem e começamos a conversar com um senhor que era guia. Ele nos colocou tanto medo, disse que na estrada os pneus nem se furam, eles se rasgam mesmo, de tão ruim. Depois dessa conversa, quase desistimos. Até que pensamos um pouco e resolvemos ir ver com os nossos olhos, se estivesse realmente ruim, a gente dava meia volta e voltava.

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Da entrada que dá acesso à estrada que vai para Embase El Yeso são 26 km até o local. Desses 26 km, 16 km são em estrada de asfalto bem sinuosa, mas em bom estado. Os outros 10 km são em estrada de rípio, muuuito sinuosa, mas em ótimo estado. Ficamos até surpresos. O problema mesmo nos últimos 5 km foi a largura da estrada, que só permitia que passasse um veículo.

Nesse trecho é uma ribanceira alta, estreita, com muitas curvas, sem nenhuma proteção contra queda e lá embaixo já se encontra o lago, de um azul lindo. Nem dá para curtir a paisagem, pois a estrada é muito movimentada nos dois sentidos, por caminhões de uma mineradora que tem ali perto. Os caras passam voando naquela estradinha estreita e cheia de curvas. Tem pouquinhos trechos com um pouco mais de espaço para um dos carros parar para dar passagem para o outro. Tivemos 4 encontros com veículos no sentido contrário, somando a ida e a volta, e todos eles foram bem em uma curva, quando não tínhamos visibilidade. Em uma das vezes, tive a impressão que o Cris desviou o carro do outro e estava subindo a ribanceira (e ia cair!!!). Esse trecho foi realmente tenso, mas nada que com um pouquinho de cuidado e dirigindo bem devagar não seja possível fazer com segurança.

Uma vez vencido esse pedaço, chegamos à beira do lago e a paisagem é sensacional, de tirar o fôlego. Ali fizemos o nosso piquenique, curtimos a paisagem e batemos um bom papo com um pessoal muito simpático do Rio de Janeiro que estava fazendo o passeio também. Vimos algumas pessoas pescando lá também. O Cris até tentou, mas o vento forte não ajudou. Eu gostei de ver um monte de cavalos que estavam pastando por ali, e fiquei triste de pensar que não tinha nenhuma maça para dar para eles. Com certeza ia conseguir fazer amizade rs.

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Esse é um passeio que eu acho que vale muito a pena se estiver em Santiago e estiver sol.

Natany Gomes

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