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América do Sul

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Depois de vários dias viajando pela Patagônia Argentina, fomos em direção à menina dos nossos olhos: a Patagônia Chilena, mais especificamente o Parque Torres del Paine. Eu e o Cris já conhecíamos o parque, mas queríamos que o Dani também o conhecesse, pois o lugar é realmente muito bonito.

O parque tem várias trilhas, desde pequenas e leves até longas e difíceis.  Há também muitos quilômetros de estrada de rípio dentro do parque, que permitem que aqueles que não querem caminhar possam apenas passear e contemplar as lindas paisagens nos vários mirantes espalhados pelo parque. E dá para ter uma grande ideia da magnitude do lugar apenas passeando de carro.

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20170304 170234 2Quando fomos somente eu e o Cris fizemos a trilha do circuito W, que compreende 5 dias de caminhada pelo parque, num circuito que lembra um "w", por isso o seu nome. Pelo caminho vamos parando em hospedagens ou campings, de acordo com o pacote fechado com a empresa Fantastico Sur, que administra a hospedagem nesse circuito. Existe uma trilha mais longa, conhecida como circuito "O", justamente porque fecha o percurso do circuito W. Ela é bem mais difícil, leva de 8 a 10 dias e passa por caminhos menos frequentados e com gelo. Considerando o vento que enfrentamos no circuito W, eu não encararia esse circuito, não. Conhecemos uns brasileiros que fizeram e nos falaram que realmente é bem mais difícil e exige muito mais preparo.

Vale mencionar que não é possível chegar ao parque sem reserva de hospedagem para fazer esses dois circuitos. Existe uma lista de espera longa. Mas se você não fez a reserva e gostaria muito de conhecer os principais lugares por onde se passa no trekking do circuito W, nem tudo está perdido. É possível ficar em um camping que não faz parte do circuito e fazer caminhadas específicas cada dia. Dá para conhecer o Glaciar Grey associando a um passeio de barco; dá para fazer o trekking das Torres, que é o símbolo do parque; dá para visitar o Vale do Francês e dá para ir ao Lago Pehoé, tanto caminhando como de carro. Nessa úlima visita conhecemos uns rapazes do Brasil que foram aos principais pontos do circuito W dessa forma.

Dessa vez ficamos 3 dias no parque e infelizmente não pegamos um tempo muito bom. Não foi de todo perdido, tínhamos todos os dias momentos de chuva, nublado e sol. Quando o sol saía, parávamos tudo que estávamos fazendo, inclusive comida, e saíamos para explorar o parque. O que impressionava é que a noite o céu era super estrelado e, pela manhã, já estava o tempo nublado de novo.

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Se, por um lado não pegamos o sol da primeira vez que fomos, por outro não teve quase vento nos dias em que estivemos no parque. Achamos muito estranho, mas adoramos. Estávamos preocupados com o vento sacundindo a nossa barraca.

Ficamos no camping Pehoé e a vista da nossa vaga era muito bonita, para Los Cuernos. No entanto, o preço é bem salgado: 10.000 pesos chilenos por pessoa, cerca de R$ 50,00 (o Dani não pagou). O banheiro era sujo e não foi limpo durante todo o tempo em que estivemos lá e o banho não era tão quente.

 

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 Depois descobrimos que era possível fazer camping selvagem dentro do parque em alguns pontos específicos. Isso me deixou muito brava, pois pagar um banho teria saído infinitamente mais barato do que pagamos pelo camping. Isso nos ensinou uma lição preciosa: nunca supor nada, sempre perguntar!

A entrada do parque custa 21.000 pesos chilenos por pessoa (cerca de 100 reais). Para aqueles que desejam passar o dia no parque e dormir fora, é possível com o mesmo ingresso retornar 3 dias seguidos, basta carimbá-lo na entrada do parque. Para os que permanecerão dentro do parque, a quantidade de dias de permanência é livre.

É terminantemente proibido fazer fogo dentro do parque fora das áreas demarcadas para tal. Como venta muito na região, o fogo pode se alastrar rapidamente e destruir o parque. Há alguns anos o parque passou por um incêndio assim e eles são muito rígidos com esse assunto.

Dessa vez tivemos uma experiência diferente da primeira. Vimos muitos animais dentro do parque, muitos mesmo. Isso foi muito legal, pois o Dani ama os animais, ama avistá-los na natureza e quem sabe até passar a mão quando eles deixam.

Vimos muitos guanacos, lebres que corriam perto do nosso acampamento (o Dani conseguiu chegar bem perto de uma), gaviões (inclusive se alimentando de outro animal), um huemul que deixou o Dani passar a mão, flamingos num lago próximo à entrada do parque, e até um tatu, que apareceu na nossa barraca sem nenhum constrangimento mexendo no lixo à procura de comida.

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Acredito que essa experiência completou a nossa visita anterior, e para o Dani foi muito especial. Fizemos duas trilhas menores com ele, a trilha do Condor e a dos Cuernos, e fomos em todos os mirantes ao longo da estrada dentro do parque.

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Não é realmente um parque barato para se visitar, mas para mim vale cada centavo, fazendo chuva ou sol!

INFORMAÇÕES ÚTEIS

Para quem vai de avião, a cidade mais próxima para chegar é Punta Arenas. De lá, diversas empresas de transporte fazem o percurso para Puerto Natales. Na nossa primeira viagem, fomos de Buses Fernandez (comprado na hora mesmo, pois a oferta de empresas e horários era grande).

Antes de ir ao parque ficamos duas noites em Puerto Natales, que é a cidade mais próxima do parque. Era para ser uma noite só, mas o nosso pneu furou já quase chegando no parque e tivemos que voltar.

Em Puerto Natales tem muitos hostels, tem hotéis de alto nível e tem também camping. Nós ficamos no camping Guido, que é novo na cidade. Os banheiros são limpos, a água do chuveiro é bem quente e tem um espaço de convivência com cozinha e utensílios que podem ser usados para preparar sua comida. Isso fez toda a diferença para nós, pois a noite é realmente muito frio e ter um lugar para ficar antes de ir para a barraca é muito acolhedor. É uma oportunidade legal também para conhecer outros viajantes e suas histórias.

Em Puerto Natales tem um supermercado Uni Marc, que é uma rede chilena, e dá para comprar alimentos com um bom preço para levar para o parque, já que no parque tudo custa quase 3 vezes mais caro.

A portaria Serrano do Parque Torres del Paine é a mais próxima da cidade de Puerto Natales (cerca de 90 km). Antes de se sentir tentado a chegar ao parque por ela, é importante saber que a estrada é toda de rípio, é bem estreita e sinuosa, então a velocidade acaba sendo baixa. Foi nela que tivemos o nosso pneu furado.

A portaria Laguna Amarga é a mais utilizada. É mais distante, mas o caminho é todo de asfalto e a paisagem muito mais bonita (fomos por ela no dia seguinte rs).

Tem outra portaria, que não me rocordo o nome, mas vimos dentro do parque que durante a nossa visita ela estava fechada. Portanto, acho que não vale a pena inventar, é melhor ir pela Laguna Amarga mesmo. Já pensou percorrer todos aqueles quilômetros e chegar na entrada do parque para descobrir que ela não está funcionando? Tenso né?

A entrada do parque custa 21.000 pesos chilenos por pessoa (cerca de R$ 100,00 reais).

O camping Pehoé custa 10.000 pesos chilenos por pessoa (cerca de R$ 50,00 reais por pessoa). Tem acesso à internet das 21hs às 9hs (como assim, né? Ficávamos congelando no frio para mandar notícias para a família rsrsrs).

É possível fazer camping selvagem dentro do parque em três pontos específicos. É preciso se informar na portaria do parque e eles marcam no mapa os lugares.

Natany Gomes

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